sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MOVIMENTO PRÓ-CIDADANIA



Impulsionada pela ex-ministra Odete Semedo, a mais recente organização guineense vai focar as atividades no registo civil de milhares de pessoas, na alfabetização e no reconhecimento oficial dos casamentos tradicionais.

A atravessar um período de forte instabilidade política, desde o golpe de Estado de 12 de abril do ano passado, a sociedade Guineense conta com uma nova organização. O Movimento Pró-cidadania visa despertar os cidadãos para questões práticas de cidadania e facilitar vários processos na vida de milhares de pessoas.

Odete Semedo, presidente da assembleia do novo movimento, reconhece os solavancos políticos que vão travando o avanço do país, mas considera que a sociedade não pode parar por causa desses acontecimentos.

"Entendemos que devemos fazer alguma coisa, acordar as pessoas. Porque falar de cidadania, de alfabetização, é acordar as pessoas para uma participação ativa e positiva dos cidadãos e cidadãs. É como se nós tivéssemos a bater à porta da Guiné-Bissau e a dizer às pessoas que há outras coisas que são prioritárias, que não esses conflitos, querelas de lugares", destacou Semedo na entrevista que concedeu à DW África.

Este movimento pretende ser intermediário, facilitador desse processo, e "trabalhar nos bairros periféricos de Bissau, numa primeira fase, para um levantamento de crianças que ainda não estão registadas, de crianças, jovens e adultos que não estão registadas e não têm o Bilhete de Identidade (BI) e por isso falta-lhes uma participação ativa na sociedade guineense", acrescenta.

De acordo com o Ministério da Justiça do país, cerca de 60% da população não tem registo civil, entre um milhão e 700 mil guineenses.

Ainda em fase de legalização e de estruturação, o Movimento Pró-Cidadania é maioritariamente constituído por jovens. A presidir a mesa da assembleia, Odete Semedo, ex-ministra da Educação e da Saúde, é uma personalidade experiente. Antes do golpe de Estado, era chefe do gabinete do Presidente interino Raimundo Pereira, deposto em abril do ano passado.

Em articulação com outras organizações guineenses, o Movimento Pró-cidadania quer generalizar e facilitar o acesso a direitos fundamentais, promovendo a educação para uma cidadania ativa.

 

DW

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