quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

" FANADU "



Um cidadão guineense emigrante 19 anos em Portugal voltou à Guiné-Bissau, mandou excisar quatro meninas e foi preso por violar a lei, mas acabou em liberdade por pressão do governador de Gabu, leste da Guiné-Bissau.

A denúncia foi feita esta terça-feira à agência Lusa por Fatumata Djau Baldé, presidente do Comité Nacional de Luta para o Abandono das Práticas Nefastas, um consórcio de 18 ONG (organizações não-governamentais) nacionais e estrangeiras.
Djau Baldé, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, muçulmana e que em criança foi submetida à excisão, tem sido uma das principais opositoras à prática da mutilação genital na Guiné-Bissau. Esta quarta-feira assinala-se o Dia Internacional da Tolerância Zero em relação à mutilação genital feminina.

Visivelmente zangada pelo caso do emigrante de Gabu que mandou submeter à excisão as quatro raparigas, duas filhas e duas sobrinhas, Djau Baldé contou à Lusa que depois de o homem ter sido descoberto foi detido pela polícia, mas solto horas depois.

"O mais curioso de tudo isso foi que as autoridades administrativas que têm a responsabilidade de velarem pelo cumprimento da lei, neste caso o governador da região, foi à polícia exigir que se liberte o senhor, com o pretexto de acalmar alguma parte da comunidade de Gabu que não estava de acordo com a detenção do homem e da própria lei que proíbe a prática de excisão", explicou a ativista dos Direitos Humanos.

Fatumata Djau Baldé acrescentou que a polícia, "por pressão do Governador", mandou libertar o emigrante, quando na realidade devia era desobedecer à ordem do governador e dispersar os manifestantes.


JN

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