quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vamos à bola com isto!

Os desentendimentos de pontos de vista que se registam no país
forjados sobremaneira pela luta titânica entre os dois principais
partidos da Guiné-Bissau, o PAIGC e o PRS, para o controlo das rédeas
do poder, estão a dar cabo de todos nós. Há mais de seis meses que
estes dois partidos não conseguem alcançar o consenso no mais pequeno
assunto. Esta semana os dirigentes dos dois partidos mandaram rufar os
tambores para anunciar a sete ventos que finalmente haviam encontrado
os caminhos da compreensão no Parlamento. Que é desta que as coisas se
vão endireitar. Que agora é que vai ser, que o Parlamento iria,
finalmente, funcionar como deve ser. Qual quê. Pelos vistos é tudo
pró-forma para o inglês ver. Porque na realidade os desentendimentos
mantêm-se. Por este andar não saímos deste ram-ram. Hoje, após cerca
de duas horas de tentativa de realização de eleições para o
preenchimento de vagas na presidência da mesa do Parlamento, a sessão
foi novamente suspensa por falta de entendimentos. O PAIGC pediu tempo
para concertação entre os deputados e a direcção do partido sobre os
nomes que devem ser indigitados para ocuparem os lugares de
vice-presidente e primeiro secretário. Não vou aqui agora entrar em
questiúnculas politicas para rotular este ou aquele de nomes, ou
dissertar sobre quem tem ou não razão, mas tenho para mim que todos
nós devíamos avançar soluções para ver se saímos deste pantanal em que
nós estão a empurrar. Sim, porque apenas com a dialéctica política
tarde ou nunca saímos disto. É nesta senda que vislumbrei este
cenário. E se o PRS e o PAIGC resolvessem a sua contenda num campo de
futebol? Tipo no Estádio Lino Correia? Já estão a ver os figurões
destes dois partidos metidos em camisolas e calções de jogo, com botas
(chuteiras), com o publico nas bancadas para ver quem levava a melhor?
Eu até pagava o meu ultimo franco CFA para ir ver esse jogo, mesmo que
seja na Patagónia. Por conta dessas duas formações partidárias o país
está cada vez mais dividido. A CPLP, a CEDEAO, a União Europeia e a
própria ONU também já não sabem de que lado está a verdade, portanto
esse jogo teria o condão de as juntar no mesmo espaço. Assim, para
desfazer as clivagens, a ONU, por ser uma organização supranacional
seria a árbitra do jogo, a CPLP e a CEDEAO ficavam como árbitras
assistentes e a União Europeia (que vê o problema da Guiné-Bissau,
assim de soslaio e de longe) ficava como a quarta arbitra.
Se o Conselho de Segurança das Nações Unidas assim o permitisse esse
jogo seria dirigido ao mais alto nível pelos próprios presidentes dos
dois partidos, neste caso os treinadores seriam os líderes.
E a partir desse jogo, quem vencesse ficava a tomar conta do país até
que se façam umas eleições livres e justas.
Creio que o futebol é o meio ideal para voltar a unir os guineenses.
Eu, pelo menos, acredito nisso, pois já vi países que se odeiam até
dizer chega a jogarem e desses jogos os atletas cumprimentam-se com
Fair-Play.
Pensem no assunto, meus caros/as!!!

Mussá Baldé 

-Jornalista- 

P.S. Para que não restem equívocos falo de arbitras porque estou-me a
referir às organizações.

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