sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nomeações nas Forças Armadas!!!!!!!




Serifo Nhamadjo, Presidente de transição da Guiné-Bissau, publicou decretos com nomeações para as cúpulas militares. Bubo Na Tchuto, acusado de liderar uma alegada tentativa de golpe de estado, em Dezembro de 2011, é definitivamente substituido por Sanhá Clussé, como Chefe do Estado-Maior da Armada.

Sanhá Clussé já ocupava este cargo interinamente desde há um ano. Serifo Nhamadjo, nomeou também o capitão-de-fragata Carlos Mandungal, para Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, e o coronel Biaguê Nantan, para vice-Chefe do Estado-Maior do Exército.

RFI

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PROTEÇÃO DE TESTEMUNHAS!!!!!!!!



A Comunidade Internacional, e nomeadamente a ONU, está a apoiar a Guiné-Bissau no sentido de se criar um programa de proteção de testemunhas, para através dele se concluírem processos relativos a crimes ocorridos no país.


De acordo com Antero Lopes, do gabinete das Nações Unidas em Bissau (UNIOGBIS), "se estiverem criadas as condições para que as testemunhas não tenham medo de exercer os seus direitos e deveres, a produção de prova far-se-á de acordo com o que está prescrito na lei e os processos poderão ser concluídos".


Antero Lopes falava hoje (terça-feira) em Bissau após o início do II Fórum Nacional sobre Justiça Criminal (o primeiro foi em Novembro do ano passado), organizado pelo UNIOGBIS e pelo Supremo Tribunal de Justiça, e que junta na capital

guineense magistrados, investigadores, advogados e académicos.


Para o responsável, o processo de justiça na Guiné-Bissau e o sentimento geral de que há total impunidade tem "uma lacuna evidente", que é a da "dificuldade na preservação dos meios de prova", pelo que um programa de proteção de testemunhas poderia ajudar na conclusão de processos em investigação.


O sentimento de impunidade é generalizado na Guiné-Bissau, um país onde ciclicamente ocorrem crimes sem que os infractores sejam punidos. Nos últimos anos têm sido assassinadas figuras públicas, e outras espancadas, mas até hoje ninguém foi levado à justiça.


Questionado sobre para que servem tantas reuniões e discussões sobre impunidade, se nada mudou até agora, o vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, disse aos jornalistas que os tribunais não podem fazer nada quando os processos estão em investigação.


"Há uma cadeia de órgãos que intervêm para que a justiça seja feita, desde a Polícia ao Ministério Público. Os tribunais só recebem o processo acusado. Os processos que chegam ao tribunal na maioria já estão a ser julgados ou estão agendados", observou, acrescentando: "A impunidade não depende dos tribunais".


Antero Lopes reconheceu que existe essa impunidade mas considerou que tem "havido passos" no sentido de a resolver.


Hoje há uma participação mais activa "dos actores militares e penso que é um sinal positivo, de aproximação, de trabalhar em conjunto para ajudar a combater as questões que dão azo a uma perceção generalizada de impunidade", disse.


"Há dificuldades no processo de justiça" mas reuniões como a de hoje servem para sensibilizar os "atores do sistema de justiça criminal, que estão de facto empenhados em fazer justiça", mas sensibilizar também "as estruturas políticas", disse, acrescentando: "O que eu vejo é congregação de esforços que não tínhamos, vejo abertura das estruturas militares em vir debater os problemas da impunidade com os colegas civis".


Menos otimista, Francilino Nhaga, padre de Bissau, disse na reunião que vê na Guiné-Bissau uma sensação generalizada de que "a punição é rara", de que há uma "displicência na pena" e de que a justiça não funciona.


"Não há um condutor neste país que atropele alguém e que fique para socorrer" (por ter medo de ser morto), disse, para concluir que "o sistema judicial é posto em causa pela sua falta de credibilidade e ausência de poder".


A Guiné-Bissau, disse também, é um país "onde a polícia solta um detido após receber um telefonema de 50 segundos e onde "muitos juízes não escondem a sua filiação partidária".


E a impunidade, advertiu, leva os criminosos a reincidirem nos crimes porque "têm a certeza absoluta de que ficarão impunes", sendo também "a maior geradora de medo" e de corrupção. 

ANGOLA PRESS

LIVROS PARA GUINÉ BISSAU

Câmara Municipal Figueira da Foz associa-se a campanha solidária da Associação Memórias e Gentes

A Associação Memórias e Gentes, Associação Humanitária de ex-Combatentes na Guiné Bissau, Instituição de Utilidade Pública reconhecida e registada como Organização Não Governamental para o Desenvolvimento pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, instituição parceira da Liga dos Combatentes para Acções Humanitárias, encontra-se a promover uma campanha de angariação, essencialmente de livros escolares (livros do 1.º ao 6.º ano), livros técnico-científicos (sobre saúde), livros de leitura, enciclopédias e coleções temáticas, os quais serão expedidos já em janeiro de 2013 para aquele país africano, em contentor por via marítima.

O intuito é fazer nascer uma mini-biblioteca no Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau.

A Câmara Municipal da Figueira da Foz irá associar-se a esta iniciativa doando livros de carácter diverso e apela a todos os munícipes a associarem-se a esta causa solidária, entregando, até dia 7 de dezembro, na Biblioteca Pública Municipal Pedro Fernandes Tomás, livros das áreas em apreço, que possam ajudar a colmatar importantes faltas a quem a vida deu menos oportunidades

Já em março de 2013 a Associação irá promover a sua 12.ª Expedição Humanitária à Guiné Bissau, com o objetivo de supervisionar a descarga do contentor e visitar a creche que patrocina há mais de dois anos, com mais de 80 crianças, situada em Varela no norte do país.

Seja solidário, participe, porque “um país se faz com homens e livros” (Monteiro Lobato).

ESQUADRÃO DA MORTE

ESQUADRÃO DA MORTE NÃO TEM CESSADO A SUA MISSÃO DE SILENCIAR AS VOZES CRÍTICAS DO REGIME MILITARIZADO IMPLANTADO NA GUINÉ-BISSAU APÓS O GOLPE DE ESTADO DE 12 DE ABRIL DE 2012.

ESTE GRUPO DE QUADRÚPEDES ESTIVERAM NA MADRUGADA DA 5ªFEIRA PASSADA, EM CASA DE UMA SENHORA, MILITANTE DO PAIGC E MEMBRO ACTIVO DA FRENAGOLPE, APÓS TEREM CONHECIMENTO QUE A EMPRESA ONDE TRABALHA ESTÁ A PRESSIONÁ-LA PARA REGRESSAR A GUINÉ-BISSAU A FIM DE RETOMAR OS TRABAHLOS. ELA ABANDONOU O PAÍS APÓS A INVENTONA DE 21 DE OUTUBRO PASSADO, SEGUIDA DO ESPANCAMENTO DO DR. SILVESTRE ALVES E IANCUBA INDJAI. ENTRETANTO, COMO NÃO ENCONTRARAM NINGUÉM EM CASA DA CITADA SENHORA, LEVARAM UM TV DE PLASMA E DEIXARAM UMA MENSAGEM: A CATANA QUE TÊM UTILIZADO PARA DECAPITAR OS SEUS ALVOS. SALIENTO O FACTO DESTA SENHORA TER UMA DISCUSSÃO FORTE E FEIA COM O GENERAL ANTÓNIO INDJAI, EM 25 DE SETEMBRO PASSADO NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BISSALANCA, BISSAU. A PARTIR DESTA DATA TODA GENTE TEME PELA SUA VIDA.

OS RESPONSÁVEIS DA EMPRESA ONDE TRABALHA ESTA SENHORA, DEVIAM PERMITIR QUE ELA FREQUENTASSE UM CURSO DE VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL NO PAÍS ONDE SE ENCONTRE REFUGIADA ATÉ QUE A SITUAÇÃO POLÍTICA NO PAÍS MELHORE, CASO CONTRÁRIO Á VIDA DELA ESTARÁ EM PERIGO. A SAÍDA DO BLOGER ALY SILVA DO PAÍS É A PROVA MAIS QUE EVIDENTE DISSO . O CLIMA POLÍTICA NO PAÍS, MANDA PRUDÊNCIA, COMPREENSÃO E TOLERÂNCIA POR PARTE DE QUEM TEM RESPONSABILIDADES DE GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS NAS EMPRESAS, MINISTÉRIOS E O PAÍS.

A CEDEAO TEM QUE SAIR DO ESTADO DE COMA INDUZIDO A FIM DE GARANTIR A SEGURANÇA DOS GUINEENSES. CAROS COMPATRIOTAS, ENTENDAM DE UMA VEZ POR TODAS QUE, DISCUSSÃO É NORMAL NUM ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO. A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE PENSAMENTO´SÃO PEDRAS BASILARES DE UMA DEMOCRACIA MULTIPARTIDÁRIA. CHEGA DE PERSEGUIÇÃO DAS PESSOAS QUE PENSAM O CONTRÁRIO. SAIBAM QUE, TUDO QUE TEM PRINCÍPIO, TEM FIM, TENDO EM CONTA QUE A LEI DO TEMPO ACABA SEMPRE POR FUNCIONAR:"AS GALINHAS COMEM OS BICHOS ENQUANTO ESTIVEREM VIVAS E QUANDO MORREM SÃO OS BICHOS QUE AS COMEM". O MUNDO JÁ CONHECEU HOMENS RICOS, INTELIGENTES E MILITARMENTE BEM ARMADOS, MAS NÃO CONSEGUIRAM RESISTIR A REVOLTA DA MAIORIA DESCONTENTES E EM FÚRIA. FALO DO HITLER, SADAM. KADAFI, ENTRE OUTROS DITADORES. PENSEM NISSO...



Amará Jaurá

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Chefe do governo timorense pede apoio para povo da Guiné-Bissau


O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, manifestou hoje preocupação com a situação da Guiné-Bissau e pediu apoio para o povo guineense.
O chefe do governo timorense falava na sessão de abertura da VII reunião do Conselho de Chefes da Polícia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realiza em Díli entre hoje e quinta-feira.
"Os nossos irmãos guineenses estão também a enfrentar grandes dificuldades. Manifestamos aqui o nosso empenho para que a Guiné-Bissau rapidamente regresse à comunidade dos países onde a ordem pública e o respeito pelas decisões populares sejam a regra", afirmou Xanana Gusmão.

VISÃO


DIA INTERNACIONAL CONTRA VIOLÊNCIA DOMESTICA


Mais um dia internacional de combate à violência do género(25 de Novembro), assinalado em todo o mundo, nomeadamente em África, um dos continentes mais afectados por esse drama.

A violência doméstica é geral, mas são as mulheres e as crianças as principais vítimas do homem violento que em África continua a bater nas suas companheiras e nos seus filhos,desestruturando toda a família.

No caso concreto da África lusófona, este fenómeno atinge drasticamente todos os 5 países, mas destacamos aqui neste dia internacional contra a violência do género, 25 de Novembro, os casos de Moçambique e da Guiné Bissau.


A MORTE DO DESEJADO LIMA. PRESIDENTE DA CNE- COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÃO DA GUINÉ-BISSAU TEM MÃO HUMANA.

CAROS COMPATRIOTAS, SUSPEITA-SE QUE O FALECIDO PRESIDENTE DA CNE, DESEJADO LIMA, FOI ENVENENADO DURANTE O INTERROGATÓRIO QUE LHE FOI SUBMETIDO PELOS MILITARES APÓS TER SIDO PRESO E HUMILHADO NO SEU GABINETE, UMA VEZ QUE A PARTIR DESTA DATA COMEÇOU A SENTIR DORES DE BARRIGA E CANSAÇO. ELE TERÁ ESTRANHADO O APARECIMENTO SÚBITO DESTES SINTOMAS DE DOENÇAS, POR ISSO, SOLICITOU VISTO DE ENTRADA NA EMBAIXADA DE PORTUGAL EM BISSAU ENQUANTO PRESIDENTE DA CNE A FIM DE REALIZAR O TRATAMENTO MÉDICO EM LISBOA, MAS FOI-LHE EXIGIDO TERMO DE RESPONSABILIDADE DE FAMILIARES EM PORTUGAL PORQUE O ESTADO PORTUGUÊS NÃO RECONHECE AS AUTORIDADES DE TRANSIÇÃO. A DEMORA NA CONCESSÃO DO VISTO DE ENTRADA EM PORTUGAL, FEZ COM QUE O SEU ESTADO DE SAÚDE PIORÁSSE: QUANDO CHEGOU EM LISBOA NO DIA 25 DE AGOSTO DE 2012, MAL CONSEGUIA CAMINHAR. OS SEUS MEBROS SUPERIORES E INFERIORES
 ESTAVAM INCHADOS. PORTANTO, O SEU ESTADO DE SAÚDE EXIGIA CUIDADOS MÉDICOS E MEDICAMENTOSOS IMEDIATOS, POR ISSO, FOI ENCAMINHADO PARA HOSPITAL SÃO JOSÉ TENDO SIDO INTERNADO E SUBMETIDO TRANSFUSÃO DE SANGUE SOB VIGILÂNCIA MÉDICA NOS SERVIÇOS DE HEMOTERAPIA DOS CAPUCHOS DURANTE 2 DIAS. O RESULTADO DAS ANÁLISES LABORATORIAIS REVELARAM HEMOGLOBINA BAIXA E CAUSAS DESCONHECIDAS. AO LONGO DA SUA ESTADIA EM PORTUGAL, ESTAVA A SER TRATADO COM BASE NESTE DIAGNOSTICO: OS FAMILIARES ACOMPANHAVAM-NO A ALCÂNTARA-MAR PARA UM PASSEIO A BEIRA DO RIO TEJO.

EM 20 DE OUTUBRO PASSADO, FOI TRANSFERIDO PARA IPO DE LISBOA POR SUSPEITA DO ENVENENAMENTO. FALECEU EM 22 DE OUTUBRO DE 2012 NO IPO DE LISBOA, EMBORA A SUA MORTE TENHA INICIADO NO DIA EM QUE FOI PRESO EM BISSAU (MORTE LENTA). DESEJADO LIMA NÃO CONSEGUIU REVOGAR A SENTENÇA DE MORTE DITADA POR ESQUADRÃO DE MORTE AFECTO AS FORÇAS DE DEFESA E SEGURANÇA DA GUINÉ-BISSAU. SEGUNDO AS INFORMAÇÕES QUE ME FOI DADO A CONHECER, DESEJADO LIMA DISSE PARA MUITA GENTE O NOME DA PESSOA QUE O ENVENENOU. QUEM ESTÁ COM “RABO DE PALHA” NÃO PODERÁ SILENCIAR MUITA GENTE.

CARO COMPATRIOTAS, ESTE NÃO É O PRIMEIRO CASO DE ASSASSINATO POR ENVENENAMENTO NA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU. O SACO CASSAMÁ (MEU TIO), ENTÃO CHEFE DE ESTADO MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ-BISSAU NO REGIME DO NINO VIEIRA FOI ENVENENADO EM BISSAU E MORREU ALGUNS MESES DEPOIS EM PORTUGAL. O JORNALISTA VITORINO SÁ, MORREU EM BISSAU POR ENVENENAMENTO, ENTRE OUTROS CIDADÃOS. CITEI ESSES NOMES PARA CHAMAR A VOSSA ATENÇÃO QUE, ESQUADRÃO DA MORTE FOI UTILIZADO POR TODOS OS REGIMES POLÍTICOS QUE GOVERNARAM A GUINÉ-BISSAU DESDE INDEPENDÊNCIA PARA SILENCIAR AS VOZES INCÓMODAS NO PAÍS OU PARA ELIMINAR OS ADVERSÁRIOS DE PESO. ESTE É O MOMENTO IDEAL DESTE ESQUADRÃO SER EXTINGUIDO E SEUS MEMBROS INTEGRADOS EM DIVERSOS RAMOS DAS FORÇAS ARMADAS OU ENVIADOS PARA MALI A FIM DE COMBATEREM OS TALIBÃS JÁ QUE TÊM SEDE DE SANGUE HUMANO. BASTA DE MORTES DE CIDADÃOS POR MOTIVOS POLÍTICOS.
 

Amará Siaja Jaurá

sábado, 24 de novembro de 2012

LÍBIA DEPORTA GUINEENSES


As autoridades de transição líbias expatriaram cerca de trinta cidadãos de nacionalidade guineense, por se encontrarem a viver de forma ilegal no país.O retorno destes cidadãos foi facilitado pela Organização Internacional de Migração (OIM), que fez chegar os conterrâneos via terrestre ao país, passando pelo Níger, Mali, Gâmbia e Ziguinchor.
 Amadu Tidjane Embalo, porta-voz do grupo, disse que a maioria dos cidadãos foi surpreendida pelas autoridades policiais, que os colocaram de imediatos no centro de detenção, de onde foram encaminhados aos países de origem.
Amadu Tidjane Embalo disse que deixou Bissau há três meses e prevê emigrar para Itália, através das fronteiras Líbias.
O porta-voz informou ainda à PNN que seis dos seus colegas foram levados para local desconhecido há mais de trinta dias e há poucas informações acerca de como encontram.
Uma boa parte destes retornados são originários da região leste da Guiné-Bissau, concretamente de Gabu. De acordo com a fonte da Direção-geral da Migração e Fronteira todos vão ser entregues às suas famílias, cujo processo de identificação já está em curso nesta instituição.
A emigração ilegal é um acto frequente na Guiné-Bissau, tendo já provocado a morte de vários jovens que procuram, a todo custo, chegar à Europa em busca de melhores condições de vida.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CONTRIBUTO: "Pensar pelas nossas próprias cabeças, andar com os nossos próprios pés".


 "Como os jovens guineenses na diáspora podem mobilizar-se em favor da Guiné-Bissau?"


 Realizou-se em Lisboa, no passado dia 17 de Novembro, o primeiro Djumbai da Cidadania organizado pelo MAC em Portugal, a convite da Associação de Estudantes Guineenses em Lisboa e com a participação da “Musqueba - Movimento de Mulheres”. Cerca de três dezenas de guineenses e lusoguineenses, entre os quais ex-dirigentes estudantis, reuniram-se durante seis (6) horas na Faculdade de Direito de Lisboa para uma reflexão conjunta sobre a situação política e o estado atual da Nação Guineense. A instabilidade política, fruto dos sucessivos golpes de estado, estiveram no centro da discussão.

 A sessão teve início com os participantes a manifestarem cada um sonho para com a Guiné-Bissau, dos quais destacam-se: paz, diálogo, sossegoeducação, saúde, desenvolvimento sustentável, felicidade, harmonia, harmonia …


Este exercício serviu para que o grupo refletisse no que é necessário fazer, ou mais concretamente, no que a comunidade guineense na diáspora poderá fazer para que esses sonhos sejam alcançados, para que isso deixe de ser uma utopia e passem a fazer parte de um Estado verdadeiramente de direito e democrático em que se viva em harmonia.  

Marcado pela reflexão acerca do estado da democracia e da complexidade da situação política na Guiné-Bissau, o djumbai evoluiu no sentido de perceber os seguintes elementos:
  • De que forma a comunidade guineense em Lisboa tiveram conhecimento do Golpe de 12 de Abril? E quais foram os pedidos que receberam (se receberam), dos familiares e/ou amigos que residem na Guiné? 
Verificou-se que a maioria dos participantes recebeu a notícia do Golpe de Estado de 12 de Abril através dos meios de comunicação social (RDP-África e RTP-África), ou por via dos familiares e amigos (residentes na Guiné-Bissau ou não) que os contactaram via telefone, mas a esmagadora maioria afirmou ter acesso à informação por via do Blog “Ditadura do Consenso”. Quanto aos pedidos feitos pelos familiares, existem aqueles que pediram medicamentos; informação sobre o que se estava a passar no país (nessas alturas muitos são os que ficam sem acesso à informação e quem está fora do país, por vezes, sabe mais do que se passa do que a população residente), pediram também documentos e dinheiro/bilhetes de passagens para saírem do país.

 Ainda com base no mesmo tema, os participantes, organizados em dois grupos de trabalho, partilharam as suas perceções e sentimentos sobre:

  • Como viveram o Golpe de 12 de Abril?
O Golpe de 12 de Abril foi vivido em lisboa, segundo os participantes, com sentimentos de revolta, medo, angustia, tristeza/depressão e vergonha.


  • Quais as causas da contínua instabilidade política e sucessivos Golpes de Estado na Guiné-Bissau?
Foram evidenciadas: o narcotráfico, inversão dos valores, ambição desmedida, cultura de “matchundadi” e fragilidade das Instituições do Estado. Sendo este ultimo, fator impulsionador desta condição de fragilidade em que o país de encontra.

  • O que se pode fazer para evitar os Golpes?
Com esta reflexão concluiu-se que os golpes de Estado podem ser evitados através de: - Justiça social; - Respeito pelos Direitos Humanos; - Educação; - Reformas nas FARP, no sistema político (CNE, ANP e lei dos partidos).

  • O que a comunidade guineense na diáspora pode fazer para evitar um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau?
 Os grupos de trabalho concluíram que é urgente:

“Nô boca ten ku sta la”!: implicação, participação, compromisso e responsabilização com maior efetividade na resolução dos problemas do país, pois esteja onde estiverem, se o país não está bem, a sua diáspora também não está!;
- Produzir e disseminar informações mobilizadoras sobre a Guiné-Bissau em prol da união e das mudanças desejáveis no país;
- Intervenção organizada e coordenada das associações na diáspora, baseadas em dinâmicas interventivas e de consciencialização quer no contexto de origem (Guiné-Bissau) como no de chegada (Portugal);
- Fazer-se incluir a diáspora no processo de recenseamento biométrico de modo  poder participar nas próximas eleições.

Neste djumbai, foi abordado também a pouca participação feminina na sociedade e nas questões políticas. Foram identificados alguns factores de impedimento de uma maior participação feminina tais como:
As questões culturais e religiosas, a ocupação doméstica (altos níveis de sobrecarga desde a infância face a quase que ausência de exigências relativamente aos homens no que diz respeito à participação na vida doméstica), a falta de oportunidades às mulheres e favorecimento dos homens, numa sociedade machista/patriarcal e que reproduz modelos (educação) de valores e atitudes machistas.
Salientou-se assim, a necessidade de haver mais informação e sensibilização para as questões do género e envolvimento dos homens. Devendo o Estado apostar em Políticas de Açãões Afirmativas em setores cruciais como a Educação, Saúde, Providência Social e no Mercado de Trabalho, defendendo-se a necessidade de uma discriminação positiva das mulheres, sendo a introdução das quotas, como um dos exemplos.
As jovens raparigas presentes demonstraram claramente o engajamento na luta para a reconhecimento e afirmação social da mulher guineense tanto no contexto de origem (a Guiné-Bissau) como na diáspora. Nessa base, exortaram que deverão ser, principalmente as mulheres a lutarem pelo reconhecimento dos seus direitos.
Com este Djumbai, os jovens guineenses na diáspora, em especial os estudantes, perceberam que é necessário “Resgatar e refazer a história da Guiné-Bissau”.



Ação Cidadã







Guiné-Bissau: Os militares espezinham os direitos humanos. A CEDEAO tem que reagir




Desde o ataque fracassado dirigido por militares contra o quartel de uma unidade de elite no dia 21 de Outubro de 2012, membros do exército têm sido responsáveis de maus-tratos infligidos a líderes de partidos políticos e de graves ameaças contra jornalistas e representantes da sociedade civil. Algumas informações também revelam execuções sumárias.
Embora os motivos do ataque do 21 de Outubro sigam incertos, as autoridades de transição que resultaram do golpe do 12 de Abril de 2012, o qualificaram imediatamente de tentativa de golpe de Estado orquestrado pelo antigo primeiro ministro, Carlos Gomes Junior, no exílio. 

No dia 22 de outubro, dois líderes políticos conhecidos por suas críticas para com a governança, os Sres. Yancuba Djola Indja, presidente do Partido da Solidariedade e Trabalho, quem é também líder da Frente Nacional Anti-golpe, e Silvestre Alves, presidente do partido Movimento Democrático, foram sequestrados e brutalmente golpeados por um grupo de militares. 

No dia 27 de Outubro  as autoridades militares anunciaram a detenção, em Bolama, no arquipélago dos Bijagos, do principal suposto responsável do ataque do 21, o capitão Pansau N’Tchama. Segundo algumas informações, durante essa detenção, 5 pessoas, 3 civis e 2 militares, acusados de ser cúmplices de Pansau N’Tchama, foram executados. No quadro da perseguição dos supostos responsáveis do ataque, vários agentes teriam sido detidos em lugar desconhecido. 

Adicionalmente, no dia 6 de Novembro de 2012, o Sr. Luís Ocante Da Silva, funcionário da empresa Guiné Telecom e amigo do General José Zamora Induta, antigo Chefe do Estado-Maior do exército, foi sequestrado na sua casa por um grupo de militares. O seu corpo sem vida foi encontrado dois dias depois no morgue do principal hospital do país. 

Nesse contexto, as organizações da sociedade civil denunciam ameaças dirigidas a qualquer pessoa que se atreve a denunciar as violações dos direitos humanos cometidas pelos militares ou a criticar a governança das autoridades de transição. Jornalistas, blogueiros e defensores dos direitos humanos são particularmente afectados, o que leva alguns deles a fugir do país. 

Enquanto a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a enviar a sua missão na Guiné-Bissau (ECOMIB), em aplicação do acordo relativo á Reforma do Sector da Defesa e da Segurança, e exorta as União Africana que reconheça as autoridades de transição, as nossas organizações instam o organismo regional a denunciar publicamente as violações dos direitos humanos cometidas pelos militares, a contribuir para a protecção dos líderes de partidos políticos e dos representantes da sociedade civil, e a manter uma forte pressão sobre as autoridades de transição para que a ordem constitucional seja restaurado o mais rapidamente possível e em condições serenas. 

As nossas organizações exigimos a abertura de investigações imparciais sobre o ataque do quartel  sobre as alegações de execuções sumárias por ocasião da detenção de Pansau N’Tchama e sobre os actos de violência perpetrados contra os líderes de partidos políticos, para levar os autores de violações dos direitos humanos a tribunal e julgá-los em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos. 

As nossas organizações exortamos as autoridades de transição a que respeitem estritamente o disposto nas convenções internacionais e regionais de protecção dos direitos humanos ratificadas pela Guiné-Bissau, incluindo o relativo á liberdade de expressão, de informação e de reunião, e pedimos que elas tomem todas as medidas necessárias para garantir a segurança das pessoas.


FIDH 




Vamos à bola com isto!

Os desentendimentos de pontos de vista que se registam no país
forjados sobremaneira pela luta titânica entre os dois principais
partidos da Guiné-Bissau, o PAIGC e o PRS, para o controlo das rédeas
do poder, estão a dar cabo de todos nós. Há mais de seis meses que
estes dois partidos não conseguem alcançar o consenso no mais pequeno
assunto. Esta semana os dirigentes dos dois partidos mandaram rufar os
tambores para anunciar a sete ventos que finalmente haviam encontrado
os caminhos da compreensão no Parlamento. Que é desta que as coisas se
vão endireitar. Que agora é que vai ser, que o Parlamento iria,
finalmente, funcionar como deve ser. Qual quê. Pelos vistos é tudo
pró-forma para o inglês ver. Porque na realidade os desentendimentos
mantêm-se. Por este andar não saímos deste ram-ram. Hoje, após cerca
de duas horas de tentativa de realização de eleições para o
preenchimento de vagas na presidência da mesa do Parlamento, a sessão
foi novamente suspensa por falta de entendimentos. O PAIGC pediu tempo
para concertação entre os deputados e a direcção do partido sobre os
nomes que devem ser indigitados para ocuparem os lugares de
vice-presidente e primeiro secretário. Não vou aqui agora entrar em
questiúnculas politicas para rotular este ou aquele de nomes, ou
dissertar sobre quem tem ou não razão, mas tenho para mim que todos
nós devíamos avançar soluções para ver se saímos deste pantanal em que
nós estão a empurrar. Sim, porque apenas com a dialéctica política
tarde ou nunca saímos disto. É nesta senda que vislumbrei este
cenário. E se o PRS e o PAIGC resolvessem a sua contenda num campo de
futebol? Tipo no Estádio Lino Correia? Já estão a ver os figurões
destes dois partidos metidos em camisolas e calções de jogo, com botas
(chuteiras), com o publico nas bancadas para ver quem levava a melhor?
Eu até pagava o meu ultimo franco CFA para ir ver esse jogo, mesmo que
seja na Patagónia. Por conta dessas duas formações partidárias o país
está cada vez mais dividido. A CPLP, a CEDEAO, a União Europeia e a
própria ONU também já não sabem de que lado está a verdade, portanto
esse jogo teria o condão de as juntar no mesmo espaço. Assim, para
desfazer as clivagens, a ONU, por ser uma organização supranacional
seria a árbitra do jogo, a CPLP e a CEDEAO ficavam como árbitras
assistentes e a União Europeia (que vê o problema da Guiné-Bissau,
assim de soslaio e de longe) ficava como a quarta arbitra.
Se o Conselho de Segurança das Nações Unidas assim o permitisse esse
jogo seria dirigido ao mais alto nível pelos próprios presidentes dos
dois partidos, neste caso os treinadores seriam os líderes.
E a partir desse jogo, quem vencesse ficava a tomar conta do país até
que se façam umas eleições livres e justas.
Creio que o futebol é o meio ideal para voltar a unir os guineenses.
Eu, pelo menos, acredito nisso, pois já vi países que se odeiam até
dizer chega a jogarem e desses jogos os atletas cumprimentam-se com
Fair-Play.
Pensem no assunto, meus caros/as!!!

Mussá Baldé 

-Jornalista- 

P.S. Para que não restem equívocos falo de arbitras porque estou-me a
referir às organizações.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Kumba Ialá com quatro adversários no congresso do PRS



O ex -Presidente da Guiné-Bissau e líder do Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá, vai disputar a chefia do partido com outros quatro dirigentes no congresso marcado para Dezembro, revelou hoje (quarta-feira) a comissão organizadora do conclave.
Orlando Viegas, presidente da comissão organizadora do quarto congresso ordinário do PRS, segundo maior força política na Guiné-Bissau, apresentou hoje(quarta-feira) a lista definitiva dos candidatos à presidência do partido, anunciando os nomes de Kumba Ialá, Baltazar Cardoso, Alberto Nambeia, Sola N'Quilin e Aladje Sonco.

Kumba Ialá é o fundador do PRS, mas nos últimos anos a sua liderança tem vindo a ser questionada sobretudo por Sola N'Quilin, seu antigo ministro e ex-líder parlamentar dos renovadores guineenses. N'Quilin chegou mesmo a afirmar que Kumba Ialá dirige o PRS de forma autocrática e com bases étnicas.

Actualmente, decorre nas instâncias do partido um processo que, segundo fontes do PRS, poderá acabar em expulsão de Sola N'Quilin.

Para o congresso marcado para entre 11 e 14 de Dezembro são também candidatos os deputados Alberto Nambeia e Baltazar Cardoso, o último um conhecido empresário guineense e um dos vice-presidentes da Câmara do Comércio.

Aladje Sonco é um militante ainda desconhecido entre os militantes do PRS, mas mesmo assim vai desafiar o líder do partido no congresso.

Para o cargo de secretário-geral dos "renovadores" guineenses concorrem Carlitos Barai (antigo ministro das Obras Públicas), Florentino Mendes Teixeira (antigo secretário de Estado do Plano e Orçamento) e Máximo Tchuda.

A organização conta ter 801 delegados no congresso.

O PAGAMENTO: Tropas guineenses vão ao Mali sob comando senegalês


Governo de transição diz tratar-se de uma decisão da cimeira de chefes de Estados e de governos da CEDEAO
O governo da Guiné-Bissau confirmou  a Voz da América que tropas guineenses vão tomar parte na anunciada intervenção militar da CEDEAO no norte do Mali.
A garantia é do ministro da presidência e porta-voz do governo, Fernando Vaz, actualmente em visita de trabalho a Dacar.
Vaz disse que Guiné-Bissau fará parte dessa força internacional com um contingente de cem homens e sob o comando de um General do Senegal.
O ministro guineense desvalorizou as preocupações em torno do embargo internacional imposto as forças armadas do seu país tendo afirmado que esta medida afecta apenas alguns altos oficiais e dirigentes das forças armadas guineenses.
"O meu país não está sob nenhum embargo militar internacional. O que acontece é que existem algumas sanções que pendem sobre os oficiais dirigentes das nossas forças armadas e não são todos."
O ministro da presidência e porta-voz do governo de transição adiantou que o contexto actual em que se insere o país dá o reconhecimento ao país de poder agir no quadro da CEDEAO, região pela qual a Guiné-Bissau tem um espaço de manobra de circulação total.
"Portanto essa questão não se coloca perante esta situação que a CEDEAO nos propõe, e é quem está a pilotar o processo de transição política na Guiné-Bissau."
Quando questionado se não era necessário um mandato da Assembleia Nacional para participação numa missão de paz no estrangeiro e se o partido maioritário o PAIGC não iria bloquear esta missão militar no parlamento, Fernando Vaz respondeu afirmando que esta não era uma medida do governo, mas sim dos chefes Estados da região.
"Foi a cimeira dos chefes de Estados da CEDEAO que deicidiu... Portanto esta questão não será discutida e nem levada ao parlamento e penso que não haverá nenhum problema. E quero lhe dizer que a conjuntura [política na Guiné-Bissau] hoje é completamente diferente. Nós tivemos pela pela primeira vez deputados do PAIGC presentes na abertura da legislatura do 2013. Dos 100 deputados 96 estavam presentes de forma que a conjuntura que me refere ela hoje já não existe."


  A CEDEAO JA COMEÇOU A COBRANÇA...A VER VAMOS.



A GUINÉ-BISSAU É COMO O SPORTING DE PORTUGAL

Mussá Baldé - Jornalista
“…Eu sou nacionalista. Gosto da Guiné. Não tenho dois passaportes. Tenho só o passaporte da Guiné-Bissau, mas, por favor, não me venham com a tese da soberania nacional ou coisa que o valha se ao longo dos 40 anos da independência apenas tenho visto o meu país a regredir quando tem gente capaz de pôr a Guiné no quadro das Nações que almejam o progresso”.



É triste mais é a pura realidade. A cada dia que passa a Guiné-Bissau assemelha-se ao Sporting de Portugal. Quando os grandes clubes de Portugal e da Europa caminham para a  consolidação do estatuto de grandes, o Sporting teima em marcar o passo, perdendo com equipas do
campeonato inferior, fazendo ‘peixeirada’ entre os dirigentes, com um passivo astronómico e a vender ao desbarato os seus melhores elementos.


É assim a nossa Guiné-Bissau. De quando em vez ou de vez em quando há um tumulto. Há um golpe de Estado. Há tiros. Há mortes. Há quedas do Governo. Ou mesmo há tudo isso junto. Os países avançam para a era do saber, da consolidação democrática, para a era digital, para a valorização do capital humano, nós decididamente, teimamos em forrobodós que nunca mais acabam.
É a nossa sina? Será? Sem pretensões de ser um visionário ou coisa  parecida, penso que só nos resta duas alternativas para sairmos disto: Ou sentamo-nos numa grande ‘bantabá’ e sem rodeios dizermos a verdade das coisas, isto é, contar a verdade, quem matou quem, quem estive envolvido nisto e naquilo, quem pagou, quem financiou, quem instigou, quem orquestrou os 47 golpes de Estado que o país já conheceu, quem conspirou contra aquele e logo a seguir avançarmos para uma grande amnistia ou então chamamos os tubabós (os brancos) para nos virem ajudar a resolver isto como se fez nas outras paragens pois as clivagens são tantas que dificilmente teremos entendimento.
Sei que esta tese de chamar os brancos tem o seu quê de ferir o orgulho nacional de muita boa gente. Eu sou nacionalista. Gosto da Guiné. Não tenho dois passaportes. Tenho só o passaporte da Guiné-Bissau, mas, por favor, não me venham com a tese da soberania nacional ou coisa que o valha se ao longo dos 40 anos da independência apenas tenho visto o meu país a regredir quando tem gente capaz de pôr a Guiné no quadro das Nações que almejam o progresso. Este esquema foi tentado noutras paragens e resultou. Porque não na Guiné-Bissau?

Creio que é chegada a hora de deixarmos o nacionalismo bacoco de lado e
termos a consciência de que as soluções internas faliram devido às contradições e as inverdades que minam as bases da Republica! Por mim,
há muito que a Guiné-Bissau devia ser entregue, para ser administrada,
aos de fora. Haverá até uma terceira solução. Mas, as regras da democracia não permitem que se implemente este tipo de engenheira, isto é, colocar pessoas em lugares de governação por concurso público.
Temos gente capaz. Jovens sobretudo. Há muita gente com muita qualidade que está a regressar ao país. Gente formada, vinda de Portugal, do Brasil, de Marrocos, da Argélia, do Senegal, da Rússia. Acontece que não estão a ser aproveitados para promover uma verdadeira revolução no país a começar pela administração pública, porque não fazem parte ou da nomenclatura ou então do sistema mafioso que são os partidos. E há ainda os milhares de quadros guineenses que preferiram não retornar ao país depois da formação no estrangeiro. Quantos bons quadros guineenses não estarão em Portugal? Sabiam que nenhum médico guineense formado em Portugal regressou ao país? Pois bem é verdade. Todos os médicos guineenses formados em Portugal ficaram por lá ou pura e simplesmente regressaram a Portugal depois de alguns meses ou anos de penitência pelos hospitais guineenses.
Passei horas a pensar neste texto do paralelismo que existe entre o Sporting de Portugal e a Guiné-Bissau. Cheguei a conclusão de que é mais fácil fugir das derrotas e dos infortúnios do Sporting de que dos dissabores que a Guiné-Bissau causa a muitos guineenses e não só. Por exemplo, eu fui um grande fã do Sporting com cachecol, boné e tudo, mas como o clube
se afunda a cada temporada, decidi sair, romper a minha militância
clubística o que não poderei fazer com a minha nacionalidade
guineense.
Mas, por favor não me levem aos extremos!

Mussá Baldé, Jornalista



"KA TEM CABEÇA... CADA CUSSAS "...


O antigo secretário de Estado das Pescas da Guiné-Bissau, Mário Dias Sami, afirmou hoje no Parlamento que os militares que fizeram o golpe de Estado deviam ficar com o poder em vez de o entregar aos civis.

“Sim, porque em golpes de Estado clássicos quem faz o golpe fica com o poder. Mas, aqui o que temos tido não são golpes de Estado porque os militares acabam sempre por entregar o poder aos civis”, defendeu Dias Sami, agora deputado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), maioritário.

Intervindo numa sessão parlamentar dedicada a debates sobre a revisão pontual da Constituição da Guiné-Bissau, Mário Dias Sami disse que os políticos e os guineenses deviam “deixar os militares em paz”.

“Se fosse eu a fazer o golpe de Estado tinha ficado com o poder”, afirmou Sami, acrescentando que o poder hoje está com civis como o Presidente de transição (Serifo Nhamadjo), o presidente do Parlamento (Sory Djaló), a presidente do Supremo Tribunal de Justiça (Maria do Céu Monteiro) e o primeiro-ministro (Rui de Barros).

“Os civis devem assumir de uma vez por todas as suas responsabilidades, porque são eles que detêm o poder neste país, não os militares. Já chega de falar de golpe de Estado para justificar tudo e mais alguma coisa. Nós, os parlamentares temos que assumir a nossa responsabilidade”, sublinhou.

O antigo governante reagia assim quando alguns deputados, nomeadamente os da sua própria bancada, falaram da necessidade de antes de se aprovar qualquer diploma no Parlamento as bancadas consultarem as respetivas direções partidárias.

“Se somos divididos neste país por causa dos partidos, então o melhor, se calhar, era acabarmos com os partidos e ficarmos com o povo da Guiné-Bissau, que é o mais importante”, disse Mário Sami, merecendo palmas de alguns deputados.

DE APLAUDIR...

Guiné-Bissau já conta com centro de tratamento de NOMA...

O centro, inaugurado pelo Primeiro-ministro do Governo de transição, Rui Duarte Barros, foi construído por uma organização não-governamental alemã, a Hilfsaktion Noma, empenhada em “lutar pela erradicação da doença no país".

A organização está há quatro anos na Guiné-Bissau e quando iniciou o trabalho a noma “era praticamente uma doença desconhecida pela maioria das populações”, notou a responsável, que agradeceu o apoio do Governo, da autarquia e da embaixada da Alemanha, além de doadores e de pessoal local.

Lassana Tchasso, cirurgião e coordenador do novo centro, disse aos jornalistas que foram diagnosticados 106 casos de noma em todo o país. “Não temos casos internados, temos casos que vamos operar aqui no dia 27, por uma equipa austríaca que chega no dia 25″, explicou.

O centro hoje inaugurado tem capacidade para 15 pacientes e o tratamento, as operações e os medicamentos são gratuitos. As obras para a construção do Centro de Noma, no bairro da Penha, começaram em Fevereiro passado.

Rui Barros disse que a inauguração do Centro veio colmatar uma lacuna no país e prometeu que o Governo de transição tudo irá fazer para criar condições no sentido de os equipamentos serem usados por todos numa clima de paz e estabilidade.

A noma é uma doença também conhecida por estomatite gangrenosa e afecta principalmente crianças entre os 02 e os 06 anos. Deve-se a má nutrição e falta de higiene e está presente em países pobres de África e da América Latina.

Começa com o desenvolvimento de úlceras nas membranas mucosas da boca e se não for tratada pode causar a morte. A doença tem cura mas a deformação que causa é irreversível.

domingo, 18 de novembro de 2012

Inclusão Exclusiva!


Se os dois PAIGCês - o PAIGC do governo e o PAIGC do parlamento - não se mostrarem capazes de se entender sobre o caminho que o partido deve trilhar, então, pode crer o leitor que o “diálogo necessário” será um diálogo altamente improvável, quase impossível. Segundo tudo leva a crer, para o PAIGC parlamentar esse PAIGC do governo não é propriamente o PAIGC merecedor de sua confiança política, uma vez que, do seu ponto de vista, esses quadros do PAIGC que estão no Governo deveriam ser excluídos, isto é, afastados e substituídos por outros quadros do PAIGC mais puros.   Para o PAIGC-parlamentar a única luta (pela Guiné-Bissau e pela democracia) é essa disputa renhida pelos lugares - na mesa do parlamento e no governo - nada mais. Parece incrível, mas é isso mesmo.  
Custa assim tanto ao PAIGC-parlamentar homologar ex post o PAIGC- governamental  como sua parte (parte do mesmo partido) no governo de Transição e, desse modo,  viabilizar o funcionamento do parlamento -, custa-lhe assim tanto fazer um tal “sacrifício” para normalizar o processo de normalização  política, normalizar o retorno  progressivo à ordem constitucional, evitar derrapagens de consequências imprevisíveis na Transição -, assumindo, e muito bem,  que uma talpolítica de transição seria útil para todos,  incluindo obviamente para o próprio PAIGC que nada perderia com isso antes pelo contrário? Como é que ainda não perceberam isso? Se o PAIGC-parlamentar não fôr capaz de confiar nos seus camaradas do PAIGC que estão no Governo de Transição, na presente conjuntura política em que a palavra-chave é exactamente a confiança, pergunta-se, quem vai poder (também) confiar nesse PAIGC parlamentar? Quem vai acreditar que esse PAIGC parlamentar não continua até hoje a mando do primeiro-ministro deposto, quem? Não me parece ser bom caminho essa coisa de querer incluir-se (o PAIGC parlamentar) mediante a exclusão dos outros (do PAIGC do governo).

Diálogo não é brincadeira      
Dialogar não é apenas falar, falar, falar, sem um compromisso partilhado para dialogicamente (cooperativamente) buscar resultados  consensuais,  o que é bem diferente de se arrastar num “dialogar” sem fim à vista, sem resultados, do tipo de “dialogar por dialogar”. Apesar dos discursos que apelam ao diálogo, a verdade é que o diálogo tarda a arrancar, os guineenses começam a ficar cansados, a fadiga cresce, a esperança vai se perdendo pouco a pouco. As pessoas até já perguntam : afinal serve para quê esse parlamento que temos? Servem para quê esses (tantos) Deputados da Nação? Chegar a esse ponto de fazer tais perguntas não é propriamente um bom sinal e, pior ainda, pode ser um mau sinal, um mau augúrio, um sinal de fadiga como já frisei.   
Escutem o filósofo, por favor
Peço que, por uns breves momentos, se deixem guiar por um filósofo ainda vivo, talvez o mais notável dos filósofos do século XX, o alemão Jurgen Habermas. O que ele nos vai dizer logo a seguir não é propriamente algo que particularmente nos diga respeito,  pois duvido da legitimidade de extrapolar, sem mais nem menos, suas lições sobre a “ética da discussão” para o contexto político guineense de hoje em dia. Em todo o caso,  podemos sempre aprender mais qualquer coisacom as palavras de um sábio se soubermos escutá-lo com atenção e abertura de espírito. O filósofo do “agir comunicativo” refere-se ao “conteúdo normativo das pressuposições da argumentação” da maneira como se segue : 
(a)    Inclusividade: nenhuma pessoa capaz de dar uma contribuição relevante pode ser excluída da participação;
(b)    Distribuição simétrica das liberdades comunicativas: todos devem ter a mesma chance de fazer contribuições.    
(c)    Condição de franqueza: o que é dito pelos participantes tem de coincidir com o que pensam.
(d)    Ausência de constrangimentos externos ou que residem no interior da estrutura da comunicação: os posicionamentos na forma de “sim” ou “não” dos participantes quanto a pretensões de validade, criticáveis, têm de ser motivados pela força de convicção de argumentos convincentes.”     
Quem é que, ouvindo esses conselhos tão sábios, não sentiu que eles soam aos seus ouvidos quase como se fossem imperativos, exactamente como “pressupostos inevitáveis” para um debate sério, construtivo, realmente republicano, quem é que não sentiu isso? Se valeu alguma coisa ter trazido até aos leitores do Nô Pintcha passagens de um pensador tão ilustre como Habermas, então, eu acredito que aprendemos com o pensador, e, assumido isso, poderemos certamente criar um  ambiente mais adequado ao diálogo político guineense, insisto, se formos capazes de respeitar aqueles pressupostos éticos de uma discussão a sério tal como ele (Jurgen Habermas) no-los ensinou.
Autoridade moral
Na noite de 1 de Novembro, vi na TV o presidente da República de Transição e gostei de o ter visto assim a promover um diálogo “inclusivo”, passe o pleonasmo, incluindo participantes institucionaisaparentemente certos, ou seja, reunindo partes que parecem ser indispensáveis para desatar o nó (“pâ dismantchâno situaçon” em bom crioulo) : o PAIGC e o PRS, tendo como observador uma representação do Estado Maior General das Forças Armadas.
Ainda assim, do meu ponto de vista, sente-se a falta de uma representação, digamos assim, da “autoridade moral”, e que, se for convidada para a mesa do diálogo,  preencheria ali o papel de observador atento (com direito a palavra, e que sempre poderia discretamente aconselhar), representação essa que teria a vantagem de não ser parte politicamente interessada, devendo,  por isso mesmo, guiar-se pelos interesses superiores do Estado e não por interesses político-partidários de uns ou de outros.      
Mas não basta reunir os sujeitos “indispensáveis” à volta de uma mesa,  uma vez que, além disso, eles tem de querer trabalhar juntos, saber trabalhar juntos, fazer reciprocamente as cedências que forem necessárias para viabilizar a transição política. Temos de perguntar : os partidos com assento parlamentar -  principalmente o PAIGC e o PRS - vão conseguir pôr-se à altura do desafio político de serem responsáveis qualificados da Transição Política? O que acha o leitor disso?
Tristeza
Do encontro atrás referido, que decorreu sob o alto patrocínio do Presidente da República, já transpirou para o exterior a lamentável imagem de que as delegações dos dois principais partidos parlamentares (PAIGC e PRS) nem sequer conseguiram estabelecer uma agenda mínima para começar a trabalhar a sério - seis meses depois do 12 de Abril!  Bastou, aliás, ouvir as declarações dos dois chefes de delegação proferidas à saída do referido encontro - eles disseram coisas diametralmente opostas -,  para o mais optimista dos observadores começar a perder esperança. Nem conseguiram “combinar” acerca do conteúdo e o tom a que ambos deveriam transmitir aos guineenses (na comunicação social) de modo a não desanimar uns e outros, de modo a mostrar a todos aqueles que nos observam que a Guiné-Bissau ainda tem partidos políticos dedicados, ainda tem quadros políticos competentes, infelizmente, nada disso conseguiram passar para a sociedade, antes pelo contrário. É muito triste.


Delfim da Silva